Contraste de beleza e miséria

Contraste de beleza e miséria
Foto tirada pelo nobre amigo Alexandre Fleming e cedida gentilmente.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Do latim... "Superbia"

Cesare Zocchi, O Soberbo, detalhe do monumento a Dante em Trento

Se há uma profissão execrada pela sociedade como se fosse algo totalmente vergonhoso, é a profissão de “varredor de rua”; legalmente batizada como gari.  Basta à criança dizer que não quer estudar para mãe gritar: “- Cê é besta, mininu? Qué varrê rua quando crescer, é?” Por mais que eu tente e diga que não; por mais que muitos queiram dizer que é uma profissão como outra qualquer; falando de forma verdadeira e do ponto de vista desta nossa sociedade medíocre e totalmente voltada ao consumismo e status, não é.  Somos ensinados assim: Politico é “Doutor”; rico é “Doutor”; “Doutor” é médico e professores são heróis por exercerem esta profissão que merece o maior respeito do mundo, mas que não tem valor algum no Brasil. Precisamos mudar isto. Precisamos ensinar aos nossos filhos que ser humilde nada tem a ver com profissão. Por que não podemos ter políticos de caráter e humildes? Por que não podemos ter desembargadores, juízes e policiais de caráter e humildes? Por que não podemos ter professores que sejam mais respeitados e mais bem pagos?
Criamos monstros, não adultos. Criamos pessoas que preferem andar em carros novos (às vezes adquiridos de forma duvidosa) se vestindo com roupas de marcas e ostentando com smartphones caros para demonstrar status como se o que mais interessasse na vida fosse demonstrar que se está bem através de bens materiais do que propriamente estar bem com amigos e colegas de trabalho e ser respeitado e admirado por todos em qualquer ambiente.

Pior que isso é ter que aturar determinadas pessoas, que por ter certo grau de estudo, ficamos quase que impossibilitados de delegar qualquer função a elas, tamanha a soberba. Pois pelo simples fato de mandarmos elas “tomarem conta” da vassoura que está atrás da porta de um escritório, já se sentem como Semideuses. Dotadas de prepotência, arrogância e de uma vontade de passar por cima de todos como se seu emprego dependesse de demonstrar poder e humilhar seus companheiros de trabalho. Idiotas que pensam que são dotados de uma sabedoria impar quando talvez, nem saibam o que a verdadeira sabedoria representa. Eis que não tenho pena desse tipo de gente: Tenho nojo, tenho asco, tenho o mais profundo desprezo.

Talvez se nós reconhecêssemos que seria muito melhor ter um filho “varredor de rua” a um filho sem caráter e com uma profissão “melhorzinha”, aí talvez, algo mudasse. Enquanto não, fico no meu status de “Stand By” só esperando a hora certa de bradar aos idiotas com status “capitalistas” e de “capitão do mato” o meu mais profundo repúdio e minha total indignação aos que trabalham com o único intuito de prejudicar o outro e demonstrar ser aquilo que não são. Talvez algumas pessoas não entendam que as funções de “puxa-saco” e “dedo-duro” não existam na Consolidação das Leis de Trabalho – CLT (Repito aqui as palavras: IDIOTAS e NOJO!).
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Estou me graduando em Sistemas de Informação, na Faculdade Maurício de Nassau – Maceió (para quem não sabe, é um curso de bacharelado voltado para área de tecnologia). Isto não me dá o mínimo direito de me achar melhor que ninguém. Mas ainda existem idiotas que se formam e pensam o contrário. Triste realidade! (Repito aqui as palavras: IDIOTAS e NOJO!)

Um comentário:

  1. Texto perfeito! Caráter e humildade deve vir antes mesmo da formação profissional! É uma pré-condição de um profissional digno. A profissão significa apenas um status social passível de mudança, já o caráter e a humildade significa uma condição humana imutável, ou se tem ou não tem!

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