Contraste de beleza e miséria

Contraste de beleza e miséria
Foto tirada pelo nobre amigo Alexandre Fleming e cedida gentilmente.

sábado, 28 de junho de 2014

Aposentadoria por “política desestimulante”!

Imagem retirada do Site deviantART
Se há uma coisa que eu nunca pensei que iria ver no Brasil, seria um político “abrir mão” do poder. Se isso já é absurdo por si só, imagine dois políticos fazerem isso... E pra ser mais absurdo? São pai e filha! E para ser totalmente um milagre divino? Os tais que vão fazer isso são nada mais nada menos que o nobre Senador (que não morre) Jose Sarney (que iria tentar a reeleição pelo Amapá) e sua filha Roseana Sarney (Governadora do Estado do Maranhão que possivelmente iria pleitear uma vaga para o Senado).   

Tal fato não se explica, apenas especula-se aqui e acolá que seja por causa da saúde do nobre Senador e também por medo de uma derrota humilhante para o Clã.  Mas todo clã um dia cai; todo governo um dia é substituído; todo império um dia vem a ruir. De tudo isso, fica a tristeza de não se ver essa mudança através do voto. É como se os mesmos quisessem perpetuar o poder que outrora tiveram e deixar como legado a vitória do ‘feudalismo-coronelista’ que parece estar arraigado no seio da população. Infelizmente não somos libertos, vivemos a mercê de uma maioria manipulada que decide o destino da minoria liberta.

Isto para o Brasil é como se o vírus do Ebola conversasse com o vírus da Aids e decidissem os dois, ao mesmo tempo, deixar o corpo que estavam exaurindo. 

Mas, segundo o nobre senador, a aposentadoria é definitiva e os motivos ele deixa claro em uma entrevista para o Jornal Nacional, da Rede Globo, no dia 27/06/2014. Citando as palavras do próprio: “(...) Essa é uma posição definitiva, a vida está me pedindo tempo e a politica está muito desestimulante.”

Traduzindo no meu pensamento:
"Essa é uma posição definitiva" >> Não era o que eu queria, mas...
"A vida está me pedindo tempo" >> Não tenho mais saúde... 
"A politica está muito desestimulante" >> O brasileiro já não é mais tão besta...

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Se isso vira moda no Brasil, será que muda?
Se isso vira moda em Alagoas? (Ah tá... Vai esperando isso dos ‘taturânicos’ de plantão...)

É Sarney... Mesmo não acreditando, obrigado. Fizeste de mim um homem mais feliz. Que outros o sigam... Será?

sábado, 7 de junho de 2014

Não vai ter copa?

Brazil_by_nelsondaniel

Nasci em 1976 e a primeira copa do mundo que me lembro de sofrer como bom cidadão brasileiro foi a de 1986, quando o Brasil foi eliminado depois que Zico não converteu (entre ‘não converter’ e ‘perder’ há um abismo entre fatalidade e culpa) um pênalti contra França. Dois anos após o movimento “Diretas Já” e um ano após Tancredo ser eleito Presidente por voto indireto e nunca assumir... Sobrou-nos Sarney, e eu como bom “cidadão-criança” não estava nem aí para o futuro do Brasil. 

Mesmo nascendo 18 anos após a Copa de 1958 e começando a sentir prazer em assistir tais jogos em 1986 (28 após), uma das músicas que mais me trazem a recordação de orgulho e bom futebol é a musica-hino daquele tempo. No qual o refrão explicitava muito bem o Brasil daquela época. Brasil que se importava mesmo com o bom samba e o bom futebol: “- A taça do mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa...” (Para que preocupar-se com politica e corrupção?). Realmente, em termo de samba e futebol éramos pura arte. Como hoje nem temos um bom samba (músicas em geral) e nem um bom futebol, o Brasil está acordando... Acho que é isso.

Em 1986 odiei Platini e companhia; em 1990 foi à Argentina que me fez chorar (a famosa “era Dunga”); Em 1994 quase enfartei de ansiedade e logo após de alegria quando enfim ouvi o tão inesquecível “-Acabou, acabou... É tetra, é tetra...” da voz inconfundível do narrador-torcedor Galvão Bueno. Em 1998 amarguei a ilusão de um futebol-arte e fiquei com um gosto de conspiração que até hoje não me sai do pensamento e em 2002 fiquei torcendo para o arrogante do Filipão perder só porque não levou o Romário... Mas, nada melhor que ser PENTA!!! Em 2006 e 2010? Sem comentários... 

No dia 30 de outubro de 2007, quando Joseph Blatter decidiu e divulgou em nome da FIFA que o país sede da copa de 2014 seria o Brasil, pensei comigo: “- C******, o país vai parar”! Sete anos depois vejo que meu único engano foi em relação ao sentimento dessa “parada”: Achei que seria de alegria, mas o que vejo é uma revolta profundo de grande parte da população brasileira. Meus únicos sentimentos são de desconfiança e vergonha. E mesmo que sejamos campeões dentro de campo, fora dele demonstramos ser aquele mesmo país que tanto falava que um dia seria o “País do futuro”. Não aprendemos com o nosso passado, não respeitamos o nosso presente e sempre estamos a ludibriar nosso futuro.

“Desculpe, Neymar” por não torcer; (Clique Aqui para ver o vídeo)
“Desculpe, Nike”, por não querer.
“Desculpe, Fifa”, por ser contra você.

A copa, que em 1958, era nossa... Agora não passa de uma bela fantasia de carnaval de R$ 37 Bilhões.