Contraste de beleza e miséria

Contraste de beleza e miséria
Foto tirada pelo nobre amigo Alexandre Fleming e cedida gentilmente.

sábado, 27 de junho de 2015

O Brasil Hétero e Cristão.



É tanto o que se falar e tão pouco a acrescentar que nem sei por onde começar...

Brasil é um país estranho: Lutamos por mais igualdade sendo desiguais; lutamos contra o tráfico querendo comprar drogas; lutamos contra o preconceito sendo preconceituosos; lutamos por uma melhor educação não estudando mais; lutamos por melhores preços praticando preços absurdos; lutamos contra a corrupção sendo corruptos.

Li hoje no Facebook que é hipocrisia 'colorir' a foto. Que tudo é feito por modinha, mas quando o filho/filha é homossexual queremos expulsá-los de casa. Concordo! (em parte...)

Mas o que muitos não sabem que não tem nada a ver não concordar com uma causa com desrespeitá-la. São universos diferentes. Não gosto de ver dois homens se beijando, mas eles tem o direito de se beijar. Não quero que meu filho/filha seja homossexual. Mas não cabe a mim decidir isso, cabe a mim respeitar a escolha dos mesmos.

Quando vejo toda essa revolta, essa angustia, essa dor lacerante do "querer ser/não poder" na sociedade me faço algumas perguntas:

É correto fazer sexo oral no amante e logo apos comungar na igreja?

É correto abrir novas igrejas e viver as custas do dinheiro dos fieis?
É correto a filha/filho (hétero)  se prostituir com apoio da família?
É correto orar aos domingos e de segunda a sexta cometer todos os tipos de maldade contra o próximo?
É correto criar seu filho (hétero) para tratar o maior numero de mulheres possíveis como se as mesmas fossem apenas um pedaço de carne no açougue? Em contrapartida criar a filha para ser "pura" até o dia de seu casório?
É correto ter como Heróis ladrões de dinheiro público e traficantes?

Última pergunta:

Que país é este?
Brasil: O país imaturo, hipócrita, racista, preconceituoso, corrupto e "cristão".

Seja hétero, negro e pobre.
Talvez você se sinta como qualquer gay no Brasil.
            

sexta-feira, 26 de junho de 2015

"Sabor de pêssego"



Você sai para tomar uma cerveja com amigos, e de repente, começa a ouvir os bastidores da política ALAGOANA. Ouvir de quem participou, de quem vivenciou e de quem foi cúmplice de alguns absurdos feitos em prol de uma única pessoa: É REVOLTANTE!!! Compras de carros, apartamentos, viagens em jatinho particular e diárias de hotéis de luxo... (Compra de um helicóptero? Não, helicóptero não, péra.... É demais!) ** Não mesmo, sem ironias **

Me veio a lembrança do meu amigo Marcos Vinicius,​ que um dia, ao beber uma cerveja comigo, bradou no primeiro gole: “- Sabor de pêssego”! Eu, sem entender, perguntei por que a cerveja tinha sabor de pêssego, Ele: “- Essa tem o sabor do que eu quiser, não estou pagando”. 

Na nossa política, muitas pessoas são viciadas no “sabor pêssego”. Espero que a árvore que dá tal fruto não seja arrancada a força. Mas, mesmo que essa árvore dê frutos até o final, haverá um final... E o “sabor de pêssego” compartilhado por muitos se tornará amargo como fel.

Infelizmente, a mesma pessoa que outrora era admirada e bajulada para repartir tudo que tivesse o “sabor de pêssego” será abandonada por todos na hora de digerir o fel.

E eu? Eu estarei aqui: Deliciando-me com o meu feijão com arroz básico. Com dignidade, sem luxo e nem ilusões.

Que venha 2016 / 2020 / 2024... o "Sabor de pêssego" continuará o mesmo para as próximas gerações, a dúvida é se os mesmos estarão dispostos a se recusar a tal veneno.

 

domingo, 14 de junho de 2015

Rio Largo, Cem Anos... Em "um"?


Segunda-feira, 05h10min da manhã. Acordo para mais um dia de trabalho. Aquela vontade de se amarrar a cama ainda rodeia meus pensamentos. As vezes frio, as vezes quente... As 05h40min ouço o som da buzina do VLT (o maquinista adora buzinar em frente a minha casa). Levanto, olho pela janela e vejo o imutável: O degrau defronte a minha casa totalmente quebrado, a linha férrea tomada pelo mato e lixo.

Tomo banho, escovo dos dentes, visto-me (óbvio), pego as chaves e vou abrindo as portas. Retiro o carro da garagem ainda olhando a mesma paisagem, com uma visão a mais: O lixo no poste do beco da antiga Telasa (hoje, prédio da Oi) deixado pelos vizinhos da rua Dr. Batista Acioly (Vulgo rua da verdura). Sem nenhum respeito, ou qualquer ressentimento dos mesmos, saio de casa sentido o odor pútrido de cascas de sururu e restos de pele de frango.

Ao sair de casa, passo por duas escolas 
- Magnólia Coutinho e Odilo - em construção. Me sinto melhor, algo de bom na cidade: Cuidando da educação. Então, chego a padaria do bida (hoje, do Luizinho), da família Pinto. Peço um pão crioulo com queijo manteiga e café. Enquanto como, observo a praça, também em reforma. E o intersecção da praça com tijolos baianos quebrados e sendo utilizada por vezes como depósito de material de construção - Daí eu penso: "Só em Rio Largo"!

Saio da padaria, passo por outros locais, também em construção: Muitos - A praça do (antigo) Francisco Leão; a praça do seixo; a praça do Kadoro (Essa tem vereador que não sabe onde fica, só quem realmente conhece Rio Largo) entre outros locais.
     
Além das casas (ALGUMAS INVADIDAS!) feitas pelo governo estadual e todas as outras obras vigentes no município, Rio Largo ainda continua como uma cidade do atraso.

Apesar de toda a luta da Secretaria de Infraestrutura para modificar o quadro atual, a cidade esbarra em anos de desmandos e burocracia incessante, por vezes causticante. Sem falar no demônio da corrupção que está sempre a espreita, esperando apenas uma brisa leve para se fazer nevar em pleno deserto.

Não critico as "37 obras" que o prefeito Toninho Lins sempre fala que está realizando quando é criticado por quem quer que seja. O que faço é perguntar porquê?

Por que só agora? Por que desde a época dos anos 90 Rio Largo vem sendo dilapidada? Por que não há continuidade e manutenção da cidade como um todo? Por que cada coisa simples, cada tijolo colocado tem que ser aplaudido?

Isto não é critica! É pura vivência e desilusão de viver em uma cidade onde criminalidade e corrupção são as principais referências. Que venham dias melhores! Mas, que com certeza, os dias melhores de Rio Largo não sairão da "saúde" da mesma.

Que 2016 seja diferente, mesmo que seja igual.