Vendo a matéria no portal do G1, onde enfermeiros satirizam
(ou falam a verdade sobre o que acham) da profissão, me fez recordar uma das
piores horas da minha vida. Fiz uma cirurgia em 2008; cirurgia essa que serviu
para colocar seis pinos e três hastes na coluna (nas vertebras L4, L5 e S1),
pois minha coluna havia cedido, provocando dores intensas. Acho que foi devido
a resquícios de outras duas operações que eu já havia feito. O nome técnico
(acho que é esse o termo) dessa cirurgia é ARTRODESE LOMBAR DE VIA POSTERIOR e
foi realizada magistralmente pelos médicos Dr. Ronald Mendonça (neurocirurgião)
e Dr. Francisco Américo (Traumato-ortopedista).
Nada tenho a reclamar do ato cirúrgico
em si e muito menos do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Mas essa
reportagem me fez lembrar do enfermeiro-chefe da UTI neste dia (leia-se noite).
O mesmo tratava todos os doentes com desdém, era irônico com os outros
enfermeiros e suas palavras eram sempre em tom de menosprezo e chacota. Lembro
de estar nu, em cima da cama, sem poder me virar. A enfermeira o chamou para
ajudar a dar banho em mim. O mesmo disse que não tinha pressa que dali eu não
ia sair. Ao perceber a má vontade do tal, a enfermeira ficou ao meu lado sem
saber o que fazer.
Logo após, ele solicitou que ela começasse o procedimento e que viria ajudar. Assim ela fez. Na sala gélida e com “bips” que mediam os
batimentos cardíacos de outros pacientes e o com cheiro inconfundível de
hospital que adentrava em minhas narinas, ela começou a me banhar enquanto eu
ouvia o mesmo ironizar de todos dentro daquele ambiente (Fez-me pensar naqueles
seriados americanos sobre emergências médicas em que algo sempre dá errado).
Em
certo momento ela percebeu que não ia conseguir me virar e o chamou. No que ele
prontamente se negou a ajudar. Passei de 5 a 10 minutos tremendo de frio, molhado
e a cama encharcada. A enfermeira, notando já meu “pequeno” desespero, foi
novamente pedir a ajuda dele explicando que eu estava me tremendo de frio, e
para minha surpresa a resposta foi em alto e bom som: “- Problema seu e dele,
estou ocupado e não vou poder ir agora... Ele que espere!”. No que a enfermeira
respondeu em tom baixo: ”Ele está acordado... E está ouvindo!”.
Neste momento houve um silêncio ensurdecedor na UTI. Não
sei por qual motivo o mesmo achava que eu ainda estava sedado, ou dormindo, não
sei. O que sei é que desejei sair dali o mais rápido possível e que foram as
piores 12 horas da minha vida.
Não dei queixa na Santa Casa, pois não tive coragem. Achei que de nada adiantaria. Hoje, agiria de forma diferente. Esse é um problema grave de várias pessoas que trabalham somente e tão somente pelo dinheiro... Pelo contracheque. Infelizmente em nosso país o que mais falta é profissionalismo, o que mais sobra são canalhas disfarçados de profissionais.
Não dei queixa na Santa Casa, pois não tive coragem. Achei que de nada adiantaria. Hoje, agiria de forma diferente. Esse é um problema grave de várias pessoas que trabalham somente e tão somente pelo dinheiro... Pelo contracheque. Infelizmente em nosso país o que mais falta é profissionalismo, o que mais sobra são canalhas disfarçados de profissionais.
E para o nobre enfermeiro: Saúde e paz...